Dedicamos horas ensaiando, decorando textos, correndo atrás de patrocínios e financiamentos para zerar as despesas com o espetáculo; Um profissional cria o figurino, outro executa (costura), alguém concebe todo o espetáculo, pensa em cada detalhe, em cada cena e na forma que esta cena deve ser apresentada, alguém pensa a luz para criar o clima para que aquela cena provoque a reação desejada, outro pensa no som, na música daquele momento, daquele espetáculo, outro artista assina o cenário; concebe e muitas vezes executa-o também. E assim são horas dedicadas a pensar, executar e ensaiar e se vai um mês, dois, três e se passa um ano de dedicação. Quando o espetáculo está "pronto" é preciso divulgar, vender os ingressos, convidar o público e concorrer com a banda de forró mistura de alguma coisa que faz show daqui a uma semana (mas os impactos do estrago já são sentidos uma semana antes) e pronto, dia dá estréia, alguém precisa montar o cenário, a luz, revisar os figurinos, outra pessoa precisa estar na bilheteria, alguém pra receber o público e os artistas vão aquecer, alongar, fazer a maquiagem e vestir o figurino. Abre-se a cortina e você recebe, de uma só vez, toda energia acumulada ao longo de todo este processo descrito acima.
Portanto, da próxima vez que perguntar o valor do ingresso, lembre-se de tudo que o espetáculo precisou para ficar pronto. O valor é imensurável e dificilmente os artistas vão usar frases do tipo: Levante a mão quem for corno ou quem for periguete e você sairá do teatro sem ressaca física ou moral. A arte não tem preço quanto mais quando é feita com amor e respeito ao público. Pense nisso